MINHA EXPERIÊNCIA COM AFREZZA, A INSULINA INALÁVEL - PARTE 1
- Gabriela
- 19 de jan de 2021
- 3 min de leitura
Este post é um relato da minha experiência com Afrezza, insulina inalável produzida pela Mannkind Corp trazida para o Brasil pela Biomm. Descrevo a minha opinião pessoal, a qual jamais deverá substituir a orientação dada pelo seu médico quanto a indicação e formas de uso da insulina.

Afrezza é uma insulina inalável, isto mesmo, em vez da convencional insulina líquida que é aplicada com agulha, você suga um pó através de um dispositivo que parece um apito.
Por si só, o fato de não ser injetável já é uma característica inovadora e que desperta muita curiosidade. Mas para mim, que estou mais do que acostumada às injeções, a maior vantagem da Afrezza é a velocidade com que ela começa e para de funcionar no corpo.
De 12 a 15 minutos após inalada ela começa a agir e agir com muita intensidade. No meu corpo, em 1 hora ela já não tem mais efeito, evitando possibilidade de sobredose. Sabe quando aplicamos uma dose de insulina e ela não dá conta do recado? Aí você precisa esperar por pelo menos 3 horas para aplicar uma nova dose com segurança? Pois é, com Afrezza dá para reinalar uma nova dose depois de uma hora. E isto é incrível pois diminui consideravelmente o tempo fora do alvo após um pico glicêmico. E sobre a rapidez do início da ação, não tenho nem o que explicar. Vai-se embora aquele tempo de espera entre aplicação da insulina e começar a comer. Dá inclusive para comer tudo tranquilamente e só depois inalar a insulina.
Puxa, então é perfeita? Infelizmente não!
Desvantagem #1: o preço. Afrezza vale ouro, literalmente, rsrsrs... Uma caixa com 180 doses custa mais de R$1000. Ainda não sei como tiveram a ideia de trazer uma insulina tão cara para nosso Brasilzão. É completamente fora da realidade para a imensa maioria dos brasileiros.
Desvantagem #2: eu, e muitas pessoas, não conseguimos fazer o match dela com o tempo de digestão da comida. Ela é tão rápida e tão potente que, se minha glicemia estiver na meta antes de comer, na maioria das vezes a insulina é mais rápida do que a comida. Na prática, faço hipoglicemia antes da comida conseguir ser digerida. Rsrsrs... Especialmente porque como pouco carboidrato e de baixo índice glicêmico. As únicas situações que consegui usar para comida foram quando a glicemia estava um pouco alta no pré-refeicão (130 ou mais) ou quando comi uma grande quantidade de carboidrato. * Ou ainda usando uma estratégia que desenvolvi de combinar insulina inalável com injetável, comentarei a seguir.
Desvantagem # 3: ela é vendida em 3 doses fixas.


4 unidades (que equivale a 2,5ui injetável);
8 unidades (equivalente a 5ui injetável);
12 unidades (equivale a 7,5ui injetável).
Talvez para alguém que coma bastante carboidrato ou que seja menos sensível a insulina isto não seja um problema. Mas para a maioria das minhas refeições não preciso de 2,5 ui insulina injetável, quem dirá 5 e 7,5. E minhas hiperglicemias não costumam passar de 200 (mais comumente ficam por volta de 150-170), então mesmo para correção é uma dose muito alta.
Então, ora bolas, porque fiquei tão feliz quando ganhei uma caixa de Afrezzas no natal?
Em Agosto do ano passado ganhei da minha médica 90 doses de Afrezza para teste e minha primeira experiência com ela foi catastrófica. Tive uma hipoglicemia super sintomática, me tremi por inteiro e achei que fosse perder a consciência. Hoje desconfio que o tremelique e a sensação de desmaio foram mais por medo ao ver minha glicemia caindo 2 setas para baixo pelo Libre, hahaha. Porque efetivamente ela nem caiu para um número tão baixo. Glicemia em 78 caindo que nem meteoro, eu não pensei 2 vezes em tomar suco com açúcar. Kkkkkkkk...
Depois comecei a inalar Afrezza apenas alguns minutos após ter acabado de comer. Não tinha jeito, a glicemia caia, eu corrigia a hipo (mesmo com pouco carbo) e depois a glicemia subia horrores. Que diabos eu estava fazendo errado? Já tinha lido e pesquisado o relato de tantos usuários gringos, que falavam mil maravilhas dela... Kkkkkk
continua...
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